Um amor gigante

•06/05/2013 • 1 Comentário

Meu amor pelo Internacional é uma coisa antiga. De alma, de emoções indescritíveis, de momentos únicos.

Fecho os olhos e consigo visualizar com toda clareza meu avô sentado em baixo do alpendre da nossa casa do Cassino com o ouvido grudado em seu rádio vermelho escutando o jogo do colorado.

A entrega dele era tanta, era tão bonita, que eu não poderia ter feito outra escolha senão torcer para seu time do coração.

Lembro dos gritos, dos comentários, e de como eu me imaginava um dia do outro lado, dentro do rádio, podendo passar as informações em tempo real para o meu veinho. Infelizmente, ele sequer viveu para me ver virar jornalista. Mas o meu amor, a minha paixão pelo Inter, isso sim ele viu crescer. Continue a ler ‘Um amor gigante’

O dia em que eu conheci Esperanza

•24/01/2013 • 2 comentários

Era uma tarde quente e nublada em Santa Clara. Após conhecer todas as atrações, monumentos e muito caminhar pela cidade, resolvi sentar em um banco do Parque Leoncio Vidal para observar os costumes de domingo dos moradores locais.

Em meio a essa observação, três crianças chamaram minha atenção. Elas riam, corriam, pulavam, se divertiam. Estavam sozinhas, não havia nenhum adulto por perto. Também não havia brinquedos. Em suas mãos, pedaços de um balão estourado tentavam transformar-se em bola, árvores viravam esconderijos, o vento virava asas.

Ao perceberem-se observadas, passaram a me observar também. A mais velha das três tentava chamar minha atenção de todas as formas mais comuns a uma criança mimada. O menino mais novo foi brincar em uma floreira, tímido. E a do meio apenas me observava, distante, com seu olhar de patinho feio. E foi em meio a esses olhares que os sons passaram a sumir e ficamos somente nós ali, eu e Esperanza. Continue a ler ‘O dia em que eu conheci Esperanza’

Hecha en Cuba

•21/01/2013 • Deixe um Comentário

Tatuagem para mim tem um significado muito forte. Representa, na nossa pele, parte do que acreditamos e, muitas vezes, do que realmente somos.

A primeira tatuagem que fiz foi com 16 anos. Além de ser a primeira, essa tatuagem tem uma importância maior, pois quem me levou ao estúdio foi meu irmão, Rafael. Tatuei no pescoço o símbolo chinês que representa o amor. Em chinês porque sou uma fã confessa da cultura oriental, e o amor porque acredito ser essa a fonte que alimenta a vida.

Com 21 anos, tatuei nas costas estrelas que formam parte de uma constelação. Na época, tatuar estrelas não era tão pop como é hoje. Mas, independente de quaisquer modismos, ainda acredito que estrelas sejam guias de luz, da força superior que move o universo. Continue a ler ‘Hecha en Cuba’

Idas e Vindas

•24/09/2012 • Deixe um Comentário

A estrada causa em mim um mundo de sentimentos atípicos. Sentimentos que se tornam inexplicáveis diante da prazerosa sensação de ir e vir, de chegar e partir.

Chegar onde nem sempre se quer estar e partir de onde definitivamente queria-se estar. Acordar, andar, conhecer, recordar. E ir e chegar e ainda assim não saber-se mais de onde se vem ou para onde se vai.

Sinto-me como uma eterna andarilha que jamais saberá ao certo qual será o seu lugar. Talvez porque não haja um só lugar capaz de explicar a sensação de estar, de ser, de ver e de sentir.